
Ele se foi dia 30 de julho deste ano, aos 89 anos, deixando inúmeras obras memoráveis. Nada mais providencial que falar agora sobre uma dessas obras.
Morangos Silvestres tem algumas marcas quase sempre usadas nos filmes de Bergman. A inquietação e a angústia existenciais do homem, o amor, a história e a infância. Além disso, utiliza quase sempre os mesmos atores, como nesse caso, Bibi Anderson, no seu hall de favoritas. Os simbolismos de seus filmes também são algo muito forte, assim como sua afeição por relógios. E o amor, a memória e as questões existenciais, são tratados de forma fúnebre aqui por ele.
A história do filme é de Isak Borg, um bacteriologista que viaja de Stocolmo a Lund para receber um prêmio. Trajetória essa que é tratada como algo sem importância e decadente. Em volto a isso, existe a nora de Isak preocupada com o iminente fim de seu casamento, seu filho que não tem mais vontade de viver, sua mãe fria e sem vida e suas lembrança
s de um amor que não corresponde com a mulher que se casou. Uma cena bem no início é o seu sonho, onde está numa cidade estranha e acaba se vendo num caixão. Ela é emblemática e dá o cartão de visitas de Morangos, repleta de simbolismos e analogias.
Outra cena memorável é um outro sonho seu, onde é examinado por um sujeito que questiona a sua capacidade de exercer sua profissão. O diálogo neste momento é genial, com toques de surrealismos, culminando em Isak relembrando a traição de sua ex-mulher, retomando questões de amor e do passado, como sempre faz.
Bergman sempre dá aula nos seus filmes. Mas especialmente alguns deles, além da sua maestria, são precisos dramartugicamente. É o caso, por exemplo, de O sétimo selo, Persona e o próprio Morangos silvestres. Além de possuir símbolos fortes, analogias significativas, muitas vezes relacionadas à sua própria vida, a história em si é precisa e dispensa qualquer outro comentário. Uma frase dele descreve bem no que Morangos silvestres se sustenta: "Por que surge uma reação de curto-circuito numa pessoa totalmente bem adaptada e bem estabelecida?". Funciona muito bem relacionado com a vida e outros filmes do diretor e também como um filme, simplesmente. Vale como parte das inúmeras obras de Bergman, mas, acima de tudo, vale como uma obra.

A história do filme é de Isak Borg, um bacteriologista que viaja de Stocolmo a Lund para receber um prêmio. Trajetória essa que é tratada como algo sem importância e decadente. Em volto a isso, existe a nora de Isak preocupada com o iminente fim de seu casamento, seu filho que não tem mais vontade de viver, sua mãe fria e sem vida e suas lembrança

Outra cena memorável é um outro sonho seu, onde é examinado por um sujeito que questiona a sua capacidade de exercer sua profissão. O diálogo neste momento é genial, com toques de surrealismos, culminando em Isak relembrando a traição de sua ex-mulher, retomando questões de amor e do passado, como sempre faz.
Bergman sempre dá aula nos seus filmes. Mas especialmente alguns deles, além da sua maestria, são precisos dramartugicamente. É o caso, por exemplo, de O sétimo selo, Persona e o próprio Morangos silvestres. Além de possuir símbolos fortes, analogias significativas, muitas vezes relacionadas à sua própria vida, a história em si é precisa e dispensa qualquer outro comentário. Uma frase dele descreve bem no que Morangos silvestres se sustenta: "Por que surge uma reação de curto-circuito numa pessoa totalmente bem adaptada e bem estabelecida?". Funciona muito bem relacionado com a vida e outros filmes do diretor e também como um filme, simplesmente. Vale como parte das inúmeras obras de Bergman, mas, acima de tudo, vale como uma obra.

Nome original: Smultronstället
Ano: 1959
Tempo: 91 min.
País de origem: Suécia
Diretor/Roteirista: Ingmar Bergman
Elenco: Victor Sjöström, Max von Sydow, Bibi Andersson, Ingrid Thulin, Gunnar Björnstrand, entre outros.
11 comentários:
Ah,
Ótimo Blog!
Acompanharei sempre, pelo visto temos algo em comum, cinefilos amantes de Bergman.
Uma ótima resenha. Mas acho que poderia ter escolhido um outro filme dele, sabe filmes como "Morangos(...)" e "Setimo Selo" são muito banalizados =P. Há tantos outros filmes tão densos e fortes com as mesmas mensagens, porém em linhas tenues.
Posso linka-lo ao mue blog?
UM grande abraço!
Concordo que tais filmes estão banalisados, mas estão banalisados por sua genialidade. tb acho que tem filmes mais densos ainda, mas nao necessariamente melhores ou piores
a linha de morangos realmente é mais leve e valoriza bastante a narrativa (nao somente a mensagem), mas acredito que seja apenas formas de abordagem diferentes - de gritos e sussuros, por exemplo, que é mais inquietante e um pouco "menos narrativo", se é que posso dizer assim
Por sua genilidade tambem, mas principalmente pela cultura pop. Onde, em certos meios, ha a necessidade de um conhecimento cultural maior. E nesses meios temos a banalização.
Mas infelizmente tenho de discordar. A trilogia do silencio, para mim, são os melhores filmes, na mesma sequencia que foram filmados são os melhores. É um trabalho muito primoroso, tenue e intimista.
Enfim, espero por mais 'reviews' de cinema aqui.
Tem uma opção lá no "Templates" que ai você coloca os Links.
Falar de Bergman, falar de seus filmes... Podemos ficar anos discutindo que a fonte nunca secará. Sempre teremos minúncias e detalhes a discutir.
Não conheço toda a filmografia do mestre, mas considero "Morangos Silvestres" a minha iniciação às suas obras. O filme, que é sobre a velhice, sobre a infância, sobre o amor, é uma síntese dos temas recorrentes do mestre.
Uma das características do Bergman era se cercar de excelentes atores e escalar o ator e diretor Victor Sjoström foi uma decisão genial.
Ah, e parabéns pelo Blog!
Não se faz um blog para postar uma vez ao mês!
Você tem alternativas, como fazer dele um diário quase aberto, falar sobre as besteiras dos jonais e das propagandas estranhas... OU escrever pelo menos de ums 20 filmes por mês!
hahaha
Beijo!
Como diria Café
"A gente tem que sumir pra voces sentirem saudade"
Acho, meu querido Bruno, que você está decupando demais!
hahaha
Vejo que amanhã terá uma nova crtitica, sobre o melhor documentario curta de 2008, Cafe no bule!
conhecendo seu cantinho...
foi o melhor filme que vi do bergman,nao q os outros tenham sido ruins, mas este eh bem tranquilo,transmite uma tranquilidade!!! os dialogos perfeitos junto com a interpretaão dos atores fazem deste filme indispesavel em qualquer cinemateca! bergman trabalho muito bem os conflitos pessoais do personagem juntamente com suas lembranças!! parabens!
Oi lindo, bom já era para eu ter deixado um comentário aqui há tempo, mas eu morro de preguiça dessas coisas, mas é muito legal seu blog, e melhor ainda a sua forma de escrever!! Beijão
Aqui está o tal blog q havia dito: http://dropsculturaloblog.blogspot.com/
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